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O impacto do COVID-19 na população pediátrica

Desde dezembro de 2020, com os primeiros relatos de casos de COVID-19 na China, o mundo está enfrentando uma pandemia sem precedentes. Medidas preventivas foram lançadas para diminuir o contágio da doença, incluindo a higiene das mãos, o uso de máscaras, o distanciamento físico e o isolamento social. No início da pandemia, acreditava-se que as crianças eram mais vulneráveis à doença e, a exemplo da influenza, podiam transmitir mais o novo coronavírus, também conhecido como SARS-CoV-2. Logo, as escolas foram fechadas, e as aulas passaram a ser realizadas on-line. Infelizmente, decorrido tantos meses, a situação da pandemia continua muito crítica, inclusive no Brasil.  Quais impactos que as crianças podem sofrer com a pandemia?

Os estudos observaram inúmeros efeitos indiretos da COVID-19 na população pediátrica. Acredita-se que o isolamento social pode causar ou piorar crises de ansiedade e depressão. Da mesma forma, a falta de convívio com outras crianças e os professores pode gerar sensação de solidão e distúrbios mentais. Os danos emocionais causados pelo isolamento social podem durar muitos anos em algumas crianças. Como explicar para uma criança com menos de 4 anos de idade a necessidade da quarentena? Para os adolescentes, que costumam conviver em grupos, como manter isolamento social depois de tantos meses?

Com o fechamento das escolas e o ensino sendo realizado on-line, muitas crianças apresentam dificuldades para acompanhar as aulas; outras não têm recursos para fazê-lo. As atividades escolares, consideradas essenciais para o desenvolvimento intelectual e psíquico do aluno, são perdidas e não poderão ser recuperadas. Por isso, acredita-se que um número significativo de crianças e adolescentes já deixaram as atividades escolares definitivamente. O impacto da pandemia é enorme para futuro desses jovens.

A falta de atividades físicas e o confinamento estão aumentando os casos de obesidade e doenças relacionadas, como hipertensão arterial e cardiopatias. Para muitas crianças, as escolas são a fonte da única refeição do dia. Com o seu fechamento, essas crianças deixam de se alimentar de forma regular e sofrem desnutrição, além da constante sensação de fome.

Para evitar o contágio, os pais também deixaram de levar os filhos para consultas e vacinas de rotina. No caso de crianças portadoras de doenças crônicas, muitas perderam consultas médicas e deixaram de receber o tratamento adequado.

Durante a pandemia, muitos pais perderam empregos ou tiveram ganhos reduzidos, o que causa estresse e insegurança entre os familiares, pode repercutir negativamente na saúde mental das crianças e agravar abusos.

Depois de meses, cientistas e médicos observaram que as crianças representam menos que 5 % dos casos notificados de COVID-19 e poucas desenvolveram a forma grave da doença. A taxa de transmissão do vírus não é mais elevada na população pediátrica. Com o impacto negativo do isolamento social e da falta de atividades escolares, a reabertura programada das escolas passa a ter mais importância.

Antes de mais nada, professores e funcionários devem ser vacinados. A escola também precisa oferecer condições de trabalho adequadas, com informações atualizadas ou treinamentos contínuos sobre a COVID-19.

Além disso, as escolas também precisam proporcionar, por exemplo:

– lavabos e banheiros limpos;

– álcool em gel e materiais para higiene com fácil acesso;

– salas de aula bem ventiladas;

– distanciamento entre as mesas.

– horários de recreio diferentes entre as classes/turmas para evitar aglomerações.

Os alunos precisam receber orientações sobre a higiene das mãos, o uso adequado das máscaras e o distanciamento social. Já os pais ou cuidadores serão orientados a evitar aglomerações na entrada das escolas.

Dra. Yu Ching Lian

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